sábado, 24 de dezembro de 2011

Merry Christmas and Happy New Year !





Dezembro, época das férias e festas, do tradicional balanço de final de ano e dos projetos para o ano que começa em breve...

2012 será um ano de muito estudo na UFRGS. Como dedicação é tudo e quem se dedica faz por merecer, faço votos de um Ano Novo com ótimas leituras, de textos e trabalhos caprichados e criativos, provas gabaritadas e boletins recheados de A´s! 

Um brinde ao curso de Letras!

Um brinde às escolhas felizes!

Boas festas a todos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O voo do Besouro

 Balanço final do meu primeiro semestre no curso de Letras

    Seria absolutamente clichê dizer que o ano passou rápido, mas é a mais pura verdade. Porém, 2011 foi um ano e tanto, especialmente o segundo semestre. Parece que faz pouco tempo eu estava vendo os trâmites da transferência de curso, depois comemorando a troca, iniciando o blog, me adaptando a nova opção.

    Comecei aos poucos, cursando apenas três disciplinas - eram quatro, mas uma foi cancelada - o que foi positivo na mudança e no processo de adaptação. Não poderia dizer, entre estas três, de qual gostei mais, pois todas tiveram seu encanto. Em todas, tive a sensação de que estava no lugar certo, fazendo a coisa certa.

    Hoje, tenho certeza de que trocar de curso foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado. Entrei em contato com o universo de Letras, retomei o prazer de aprender coisas de que gosto, escrevi e li muito. E, claro, conheci pessoas bacanas, não só da Letras, mas de vários outros cursos.

    Orgulhosa e feliz, fico admirando meu "boletim", projetando estudos fortes e bons resultados para 2012 e todos os outros semestres do curso.


    O besouro voa, mesmo. Vai voando de flor em flor, daquele jeitinho só dele, até chegar ao seu objetivo final: Bacharel em Letras na UFRGS! ;)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Leituras Orientadas II - Impressões de final de semestre

    Eu adoro ler. Mas, mesmo apreciando demais os livros e tendo um ritmo de leitura muito bom, não foi fácil dar conta das obras recomendadas na disciplina de Leituras Orientadas II. Algumas até já havia lido, mas o olhar que eu tive para estes livros neste semestre foi bem diferente. Tive a oportunidade de ir a fundo, pensar muito mais, de ver através do texto,  perceber o escritor, suas idéias, sua vida e história.  Com outros livros tive o meu primeiro contato, alguns para querer conhecer mais, outros para dar um tempo e, quem sabe, um dia ler de novo...

    Não irei em um único e simples post falar de cada um dos livros, até porque seria muita pretensão. A complexidade destes é grande e quase não bastaram os três períodos de aula por semana para discuti-los. Minha intenção aqui é registrar um pouquinho da impressão que alguns destes livros deixaram em mim.

Edgar Allan Poe, sombrio, e seus "Gato preto" e "O corvo"





Flaubert com seu "Madame Bovary" , Kafka com "A metamorfose" e Poe já faziam parte das minhas experiências literárias. Foi bacana reler e poder analisar sob outra perspectiva cada um destes autores.





Especialmente difícil foi ler "No caminho de Swann" que faz parte da obra "Em busca do tempo perdido" de Marcel Proust. Fizemos um seminário sobre este livro, o que facilitou a compreensão e possibilitou uma troca de idéias bem produtiva. Destaque para a tradução do nosso saudoso Mário Quintana.



 


Livros que fizeram pensar muito, sem dúvida, foram "O capote" de Gogól e "Memórias do Subsolo" de Dostoiévski. Deste último, temos aqui em casa "Crime e Castigo" que pretendo ler nestas férias. Confesso que o "homem do subsolo" ainda me intriga e provoca todos os dias...



Borges e o companheiro ideal de um escritor, o gato!






Leituras instigantes foram "Morte em Veneza" de Thomas Mann e os contos de Jorge Luis Borges: "O Aleph", "A intrusa" e "Pierre Menard, autor de Quixote". Por sinal, me deu uma saudade de passear de novo pelas ruas "européias" e boêmias de  Buenos Aires...











Para fechar com chave de ouro, cito "Homem comum" de Philip Roth e "O jardim de cimento" de Ian McEwan. Livros com uma temática atemporal, mas aplicável como nunca aos tempos atuais. Isolamento, finitude humana... Temas densos, descritos em estórias interessantes e escritos com maestria.




Semestre que vem, devo cursar Leituras Orientadas I. 
Que seja tão bacana quanto LO II!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Colabore com o Instituto Estadual do Livro

    Vejam que bacana essa campanha do Instituto Estadual do Livro: 

    "Colabore com nossa associação de amigos: por R$ 2,00 (dois reais), você leva este ou qualquer outro dos quatro modelos de cartazes da campanha institucional criada pela agência Competence para a Associação Lígia Averbuck, que apoia o IEL. Cartões postais com as artes da campanha também estão disponíveis (R$ 1.00 cada). A sede do IEL fica na rua André Puente, 318, bairro Independência. Venha nos visitar e aproveite para se associar à Lígia Averbuck.

Que lindo!

    Os cartazes, assim como as demais peças gráficas da campanha, mostram o Pequeno Príncipe lendo Moacyr Scliar; Dom Quixote e Sancho Pança com livros de Mario Quintana e Josué Guimarães, Hamlet apreciando Caio Fernando Abreu e Os Três Mosqueteiros fascinados com a trilogia O tempo e o vento, de Erico Verissimo."

    As ilustrações são do artista visual Fernando Geisel Jr. Para ver as outras figuras e também conhecer mais sobre o Instituto Estadual do Livro acesse: http://ielrs.blogspot.com/ 
  
    Eu vou lá pegar os meus!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sobre Leitura e Produção Textual

Leitura e Produção Textual: você realmente sabe escrever?

 Revendo nossos conceitos sobre o que é um texto interessante

 Leitura e Produção Textual, disciplina obrigatória do currículo do primeiro semestre do curso de Letras, faz com que o aluno reveja o que sabe sobre escrever um texto. Para usar uma palavra da moda, digo que ela desconstroi o que aprendemos sobre escrever para que possamos reconstruir o conhecimento sobre bases mais fortes.

Mais do que utilizar uma fórmula aprendida no Ensino Médio, é preciso despertar o interesse do leitor, suscitar nele a vontade de saber como a estória continua, instiga-lo a terminar de ler o texto. Focados nesse objetivo, munidos com uma bibliografia de apoio  e sob a orientação de uma professora tão exigente quanto competente,  percorremos o semestre buscando aperfeiçoar nossos métodos de escrita.

A dinâmica de trabalho consiste em, semanalmente, receber uma proposta de texto para escrever, desde uma resposta a um post de blog, passando por uma apresentação pessoal, um relato do cotidiano, uma resenha, entre outros. A partir disso, fazemos a leitura de nossos textos em sala de aula e após discutimos estes textos. Estas discussões têm como objetivo apontar se cumprimos com a proposta e correspondemos aos importantes requisitos do texto de apoio: concretude, objetividade, unidade temática e questionamento. Num primeiro momento, pode parecer constrangedor ter que se expor diante dos colegas e da professora, lendo um texto que não se tem certeza de atender aos requisitos mencionados acima. Mas, ocorre totalmente ao contrário: essa dinâmica, além de proporcionar a troca de idéias e aproximação entre os colegas, torna possível identificar falhas ou lacunas existentes na produção, para posterior reescrita dos textos.

O mais interessante, porém, é que a evolução da escrita não se detem somente na produção das tarefas. Estou aprendendo a identificar também em textos de jornais, revistas e outros, problemas que antes passavam despercebidos. Isto prova que o aprendizado em Leitura e Produção Textual se estende além da sala de aula: continuará nos próximos semestres e, certamente, na vida fora da faculdade. Uma disciplina que atinge esse objetivo cumpre plenamente com seu papel na vida do graduando.

*** O texto acima é de minha autoria e foi uma das tarefas que fiz na disciplina de LPT.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

III Semana da Consciência Negra UFRGS

    Mais um evento bacana nesta semana:

    O Fórum de Ações Afirmativas da UFRGS traz para você o Seminário "As políticas afirmativas como enfrentamento do racismo no ambiente acadêmico" com o propósito de celebrar a III Semana da Consciência Negra da UFRGS.

O QUÊ? III Semana de Consciência Negra na UFRGS
QUANDO: 24 e 25 de novembro de 2011
ONDE: Auditório da Faculdade de Direito da UFRGS e FACED

Inscrições no local



    Confira a programação em  http://acoesafirmativasufrgs.blogspot.com/
   
    Participem!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Desenvolv​imentismo e representa​ção literária - décadas de 50 e 60

    O semestre encaminha-se para a reta final, mas os eventos - palestras, seminários, etc - que ocorrem na UFRGS continuam. Então, vamos ao que está ocorrendo esta semana:  
 
    O último UniVerso do ano apresentará um debate em torno da pauta: "Desenvolvimentismo e representação literária - décadas de 50 e 60".  A mesa será composta por Homero Vizeu Araujo e Guto Leite.
 
QUANDO: quarta-feira, das 12.30 às 13.30 hs.
ONDE: Na sala 205.

 

    Não perca!

    P.S.: Sei que eu deveria ter começado a postar sobre os eventos desde que o blog iniciou mas, enfim, antes tarde do que nunca. ;)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Feira do Livro 2011

    Visitar a Feira do Livro de Porto Alegre é algo que tem lugar garantido em nossa agenda. Tradição é tradição e 2011 não podia ser diferente. Mas, se além do fato de conferir os lançamentos e garimpar os saldos, houver oportunidades imperdíveis por lá? Então, por um desses felizes acasos, encontrei na sexta um amigo que comentou que, no sábado, ninguém menos que o escritor Luis Fernando Veríssimo estaria na feira autografando seu mais novo livro, “Em algum lugar do paraíso”. O Café TVCOM também estaria sendo transmitido de lá e poderíamos ver ao vivo o programa que curtimos muito assistir todo sábado. Bom, se já íamos à feira de qualquer jeito, estes foram motivos a mais (e bem especiais) para não perder a oportunidade.

    Apesar de ainda não ter lido o livro do Veríssimo - as tarefas da faculdade, em especial de Leituras Orientadas II, estão exigindo especial atenção – conto hoje com a participação especial do Alexandre, que fez uma resenha bem bacana para o blog:

    “Quem acompanha a obra do Luis Fernando Veríssimo desde longa data, lá dos hilários e ortodoxos diagnósticos do analista de Bagé, passando pela inocência da velhinha de Taubaté (e seu inseparável gato Carlos Átila) até as sempre atuais comédias da vida privada, vai encontrar nesta mais recente obra, de fato, um lugar no paraíso. Ou, pelo menos, vai identificar onde fica o seu próprio paraíso particular em meio às inquietudes da vida moderna. Veríssimo está melhor do que nunca, tendo evoluído continuamente na arte da narrativa ao longo de sua vida, e consegue condensar, com grande habilidade, um amplo conteúdo em textos curtos.
    Seu humor continua o mesmo, balanceado na medida certa, dosado com inteligência e salpicado com aquela lucidez típica de quem vê a vida além das aparências. No entanto, ao ler estas mais recentes crônicas, nota-se uma atmosfera de nostalgia, de saudades, onde assuntos tais como o passado e a morte são abordados. Mas não chega a ser algo denso. É como se fosse uma sutil névoa, permeando os textos com uma nuance levemente cinzenta, conduzindo o leitor à reflexões mais profundas, entre uma cena engraçada e outra. Eu, pessoalmente, adorei este contraste, esta forma de mostrar o lado engraçado da vida mas sem ignorar as nossas angústias e dúvidas, a passagem do tempo e a iminência do fim.
     É como ele próprio diz, em uma de suas crônicas: "O tempo não tem pontos fixos, o tempo é uma sombra que dá a volta na Terra"(1). Sou obrigado a concordar e até mesmo arriscar um pequeno complemento: crônicas como estas, ainda que indiretamente, acabam nos fornecendo algumas coordenadas que tanto desejamos, nos ajudam a encarar melhor o olhar da grande truta da vida (2), que nos desafia a fazer escolhas a todo momento, decisões que acabam por definir a nós mesmos, enquanto vamos girando nesta grande esfera azul.”

(1)    Da crônica “Em algum lugar do paraíso”, que dá título ao livro.
(2)    Livre interpretação da crônica “O olhar da truta”.

    Foi um privilégio poder estar pertinho de um escritor do calibre do Veríssimo. Pode parecer bobagem, mas quando o vi se aproximando, daquele jeito tímido característico dele, foi me dando um nervoso... Realmente, não sabia o que dizer. Então, mesmo sendo absolutamente clichê, falei apenas que admirava muito seu trabalho. Mas, pelo meu sorrisão e tremedeira nas mãos, certamente ele percebeu que eu estava emocionada.

Que momento!
    O encontro com o Veríssimo foi o ponto alto do dia. Mas muito legal também foi acompanhar o café TVCOM e ver ao vivo os apresentadores que sempre trazem cultura, dicas de livros, filmes e música prá gente. Em especial um cara que admiro demais que é o professor Tatata Pimentel, referência de cultura, inteligência e elegância, sempre!

No detalhe: Xande fotografando, Mi curtindo e no cantinho, nosso amigo Vinícius

    De todas as Feiras do Livro que já visitamos, esta de 2011 certamente será lembrada com especial carinho. Mais uma das estórias bacanas que fazem parte da nossa vida. E, para encerrar, deixo aqui um trecho do texto "O gigolô das palavras", dele, Luis  Fernando Veríssimo, claro:

    "A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.)"

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Música Erudita e Literatura

    Confesso que música erudita (ou clássica) não é o meu forte. Não que eu não aprecie; gosto muito, já senti vontade de tocar algum instrumento e, quando possível, vamos aos concertos da OSPA. É que me falta o conhecimento profundo do assunto, mesmo. Mas, lendo as obras de dois autores que admiro muito, percebi como a música teve influência em suas vidas e livros. Um deles é o Érico Veríssimo, o escritor que, por assim dizer, me iniciou na leitura séria, na leitura das grandes obras. E o outro é o Charles Bukowski, de quem já falei aqui no blog.

    Principalmente na obra do Érico, diversos personagens desenvolvem suas estórias com uma obra clássica ao fundo. Assim, vi Noel tentando fugir da realidade ao som de Debussy, Floriano fechado na “água-furtada” ouvindo Beethoven, Dr. Rodrigo Cambará lembrando de Tony Weber com o “Revêrie” de Schumann. Da mesma forma, Henry Chinaski procurava por Mahler e Mozart nas estações de rádio; segundo ele, vinho e boa música o ajudavam a datilografar suas estórias.

    Se estes dois autores me trouxeram grandes leituras, quem me iniciou no mundo da música erudita foi o Alexandre, que é um grande apreciador desse gênero. Além de ter muito material relativo ao assunto (livros, CD´s) toca piano, se aventura no violino e estuda flauta transversa. Muitas vezes, relendo algum livro destes escritores, era mencionada determinada sinfonia. E lá ia eu pedir para que ele colocasse a música para eu escutar. Isso foi muito positivo, pois associou algo de que eu gosto demais – a Literatura -  às belas músicas clássicas. Sem falar que ficou muito mais interessante criar o cenário mental das estórias sabendo qual é a música que está tocando. Eu fui bem sucinta no post, mas na obra toda do Érico Veríssimo são citados diversos compositores, sinfonias, concertos, óperas e cantores famosos como Enrico Caruso.
   
    Para terminar, aí está um vídeo com o "Revêrie" (ou Träumerei), de Schumann - a música citada como, digamos, tema do romance trágico que está em "O Retrato II" de  "O Tempo e o Vento"



    Belíssima! Bravo!
    E, claro: obrigada, Xande! :)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Star Wars e a Filosofia

    Da mesma forma que me empenhei em buscar pelas livrarias do país a biografia  esgotada de Charles Bukowski, agora vou em busca deste livro bem interessante (e também esgotado) que une o universo de Star Wars - filme do qual sou fã de carteirinha - à Filosofia, uma área  em estou me aventurando e que é muito bacana de estudar. 
    Abaixo, um pouquinho da história da saga e da relação desta com a Filosofia:

    A Força está em desequilíbrio. Anakin Skywalker, o Escolhido para restaurar o Lado Bom da Força passou para o Lado Negro e agora serve ao imperador Palpatine, que antes era apenas senador de Naboo. Yoda, um anão verde inofensivo, enrugado e vestindo farrapos, é o mestre Jedi que treina Luke - filho de Darth Vader - para se tornar o mais poderoso cavaleiro Jedi e, finalmente, trazer à República Galáctica o equilíbrio da Força, que "é um campo de energia criado por todas as coisas vivas", ensina Obi-Wan Kenobi, mas não convence Han Solo, um contrabandista incrédulo que salva a princesa Leia para receber uma recompensa.
    O universo dos filmes da série Guerra nas Estrelas é muito complexo, repleto de questões humanas, sociais e políticas que são muito mais profundas do que aparentam ser e influem em nossa galáxia também nos dias de hoje.

    A fim de discutir aspectos de algumas situações e dos principais personagens da série, Jason T. Eberl, Kevin S. Decker e mais 15 estudiosos de Filosofia - fundamentados em pensadores como Platão, Aristóteles, Heidegger, Hegel, William Clifford e outros - tentam desvendar parte dos grandes mistérios que rondam o filme.

    Exercemos realmente o livre-arbítrio, ou temos o destino já traçado? O medo é capaz de nos levar ao caminho do mal? A lavagem cerebral é eticamente saudável? Existe uma Força todo-poderosa controlando tudo? Para que serve a guerra? Se máquinas pensassem, estaríamos aqui? O Bem existiria sem o Mal?

    "Guerra nas Estrelas e a Filosofia" é uma preciosa releitura de toda uma saga que fascina gerações.

    Que a Força esteja com você!

domingo, 2 de outubro de 2011

30/09 - Dia Internacional da Tradução

    Sexta-feira, 30 de setembro, foi comemorado o Dia Internacional da Tradução. O post está atrasado, mas quem tem vida acadêmica nem sempre consegue ter tempo livre quando deseja. Portanto, hoje transcrevo um texto que explica a origem do dia:

St. Jerome in his hard work...
"O Dia Internacional da Tradução é uma efeméride profissional de tradutores e intérpretes. Celebra-se cada ano em 30 de Setembro, dia em que faleceu, em 419 ou 420, São Jerônimo, conhecido como tradutor da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim (a Vulgata), autor de importantes textos sobre a arte de traduzir e, portanto, considerado tradicionalmente o santo padroeiro dos tradutores. A ideia de comemorar oficialmente o Dia Internacional da Tradução foi proposta em 1991 pela Federação Internacional de Tradutores (FIT). Tem como objetivo mostrar a solidariedade da comunidade de tradutores em todo o mundo num esforço para promover internacionalmente a sua profissão, a importância da qual na vida de toda a Humanidade é, desde os tempos da destruição da Torre de Babel, enorme, embora quase imperceptível. A popularidade do Dia Internacional da Tradução, uma oportunidade para manifestar o orgulho de uma profissão cada vez mais imprescindível na era de progressiva globalização, continua a crescer de ano para ano."



    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Tradu%C3%A7%C3%A3o

    Bacana, não? Então, parabéns atrasados a todos os estudantes e profissionais de Tradução!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Paralelos, profecias e o mais que segue

    Hoje, faz exatamente um mês que recomeçaram minhas aulas na UFRGS e que eu iniciei no curso de Bacharelado em Letras - Tradutor em Português e  Inglês. Vida acadêmica totalmente nova, repleta de descobertas, muitas leituras (muitas mesmo!), novos colegas e professores, novo local de aulas (o distante e glacial campus do Vale), novo ritmo de trabalho e estudo, enfim, muitas novidades!

    Quero, então, fazer um balanço de tudo isso, falar sobre cada disciplina, contar um pouco do que aconteceu e relatar minhas impressões gerais até o momento.

    Em primeiríssimo lugar, afirmo com toda a certeza: estou ADORANDO meu novo curso. Letras está superando minhas expectativas e fazendo com que eu sinta um prazer muito grande em ir às aulas, participar, fazer as tarefas e tudo o mais. É impressionante e muito satisfatória a sensação de ver a turma toda concentrada, focada nas aulas, participando de forma educada, inteligente, sem conversas paralelas e desnecessárias (que só atrapalham quem quer prestar atenção e aprender). É muito bacana reler autores conhecidos e, melhor ainda, entrar em contato com obras de autores de quem eu já havia ouvido falar, mas nunca tivera a oportunidade de ler.

    Vamos a um breve relato de cada disciplina:

    Fundamentos históricos da literatura anglo-americana:

    De longe, a melhor que tive até o momento. Os melhores professores e os assuntos mais interessantes. É que a temática da cadeira não é simplesmente literatura, mas também cultura. A proposta da professora está sendo plenamente cumprida: estamos, mesmo, vivendo em uma casa inglesa do início do século XX, acompanhando o dia-a-dia da família, as relações com e entre os empregados, os costumes e a tecnologia da época.

    Leituras orientadas II:

    Nesta disciplina, estou tendo a oportunidade de lançar um novo olhar para livros que já havia lido, de interpretá-los, de conhecer melhor o autor e suas intenções ao escrever determinado livro, conto ou poema. O mais interessante, no entanto, é poder conhecer outros autores e livros e, claro, debatê-los em sala de aula.

    Leitura e produção textual:

    Apesar das aulas presenciais terem iniciado dia 06/09, já vínhamos fazendo tarefas à distância. Minha impressão desta disciplina reafirmou a opinião de que escrever é uma coisa, mas escrever bem e com coerência é outra, muito mais complexa. Gostei bastante da primeira aula presencial e vi que vamos trabalhar e aprender muito até o fim do semestre.

    As ideias críticas na literatura brasileira

    Como não tivemos aulas ainda – por falta de professor – não posso opinar sobre esta disciplina. Mas, posso opinar sobre o problema: se não havia professor e o mesmo não foi contratado em tempo hábil, por que oferecer a cadeira? Ainda mais sendo eletiva. Sinceramente, espero que tenhamos aulas e que estas sejam produtivas.

    Não posso deixar de registrar também algo muito importante: o quanto essa mudança tem me feito bem. E não só em nível de faculdade, está refletindo em todos os aspectos da minha vida. Sinto em mim a volta da velha energia criativa, da vontade de fazer coisas e um brilho que certamente está visível no meu olhar. Como é bom estar no lugar certo nessa vida!

    Que o restante do semestre transcorra bem e que possamos aprender muito nos próximos meses!

    Observação: o título deste post não é de minha autoria e sim, do livro “Saga” do nosso Érico Veríssimo, escritor que teve um papel fundamental na minha vida.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma vida, muitos caminhos, inúmeras voltas

O texto a seguir foi escrito a partir de uma tarefa da disciplina de Leitura e Produção Textual. O objetivo era fazer uma apresentação pessoal. Como é sempre difícil, entediante e até meio pretensioso falar sobre si mesmo, pensei que seria melhor falar da minha trajetória até chegar ao curso de Letras, com alguns pequenos detalhes pessoais. Acho que ficou bacana e resolvi colocá-lo aqui no blog. Ah, o título do post é o título do texto!


Primeiro livro que ganhei, aos 6 anos


Minha história pessoal está muito ligada ao meu gosto pela leitura, pela Língua Portuguesa e por minha trajetória pela UFRGS. Quando eu era criança e passava em frente à universidade com meu pai, ele dizia que eu poderia, dentro de alguns anos, estar estudando ali. Na minha mente infantil, onde tudo era possível, pensei que isto realmente poderia acontecer. Naquela época, eu já devorava os livros que ganhava e também os da biblioteca da escola. Arriscava-me ainda a escrever alguns pequenos contos. Nunca esqueci o dia em que ganhei um prêmio por ter escrito o melhor conto da classe. Na juventude, continuava a escrever e, inclusive, a publicar estórias no jornal da minha cidade. Isso me fazia bem e tudo conspirava para que, um dia, eu seguisse o caminho literário profissionalmente.

Mas, nem sempre as coisas acontecem da forma mais provável e, anos depois, quando a vida já tinha seguido seu rumo pelos mais diversos caminhos em termos de relacionamentos pessoais e escolhas profissionais, lembro que eu passava pela UFRGS e sequer cogitava estudar ali. A imaginação da criança pintava um portão dourado na entrada e a mente do adulto o tornava intransponível. Além disso, o mundo literário havia se transformado apenas em um passatempo prazeroso das horas vagas e quanto a escrever... Já não tinha mais tempo nem jeito para tal.

Um dia, na tentativa de fugir de um emprego frustrante, voltar a estudar pareceu ser a melhor alternativa e eu pensei: “Por que não?” Desde então todos os meus esforços e pensamentos convergiram para tentar uma vaga na UFRGS. Fiz a primeira tentativa em 2008 e não consegui. A segunda tentativa, porém, compensou todos estes esforços e eu passei, entrando no curso de Nutrição no ano de 2009.

Tudo estaria ótimo, não fosse eu ter feito a escolha errada. A área da Saúde não me agradava. Depois de muitas reflexões sobre vocação, arrependimento e tempo perdido, decidi dar um basta: eu tinha que trocar de curso e, finalmente, ir para a área de Letras. Ao longo da minha vida todos os acontecimentos apontavam para essa direção e nem eu mesma entendo o porquê de ter fugido disso. Sempre fui uma pessoa indecisa, impulsiva e um pouco orgulhosa, mas estava na hora de me render aos fatos.

Hoje, estou cursando Letras Inglês na antes inacessível UFRGS. Mantenho um blog, onde registro minhas experiências acadêmicas e do cotidiano e que também é útil para que eu exercite o antigo hábito de escrever. Estou satisfeita por ter retomado uma trajetória que iniciou lá longe, no início da minha vida escolar. Até o momento, todas as coisas que estou aprendendo são mais do que matérias dadas por um professor, são coisas que falam direto ao meu coração. Sei que nem tudo serão flores, que haverá momentos em que meu lado indeciso virá com tudo, mas ter dúvidas faz parte da natureza humana. O que posso dizer é: estou feliz com o que estou fazendo e essa, no momento, é minha maior certeza.

Detalhe importante: o livrinho que ilustra o post foi o primeiro livro que ganhei, quando estava aprendendo a ler. Graças a este presente, a leitura se tornou essencial na minha vida!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Parabéns, Charles Bukowski!

    A obra do velho Buk não foi feita para ser explicada. Você tem que sentir tudo que está sob suas palavras, sob cada frase tragicômica, obscena, escatológica, profunda e reflexiva.

   Já li muito do que este homem ímpar, bêbado e lúcido ao mesmo tempo, escreveu. Além disso, me identifico muito com a visão de mundo e das pessoas que tinha Bukowski, cujos livros, afortunadamente, me foram apresentados pelo Alexandre.

   Se vivo, esse escritor completaria hoje 91 anos. Certamente, estaria produzindo muito ainda, pois seu último livro foi concluído pouco antes dele morrer em 1994. Em toda sua vida, ele escreveu mais de 50 livros.

    Eu indicaria três destes livros para quem quiser iniciar um contato com a obra de Bukowski:


 Misto Quente

(Título Original: Ham on Rye) 

É um romance auto-biográfico, que revela muito da vida do autor através do personagem principal - Henry Chinaski - desde a infância até a juventude. Quem ler, vai querer ler de novo e, certamente, buscará conhecer mais livros do escritor.


  

 O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio

(Título original: Captain is out to lunch and the sailors have taken the ship)

Contém trechos de diário de Bukowski, selecionados por ele próprio dias antes de morrer. Neste livro, ele comenta episódios do cotidiano, fazendo reflexões filosóficas sobre a vida, sobre a natureza e miséria humanas.


* Nota: a editora L&PM publicou diversos livros de Charles Bukowski na coleção "Pocket".
 




E a biografia:
Charles Bukowski - Vida e loucuras de um velho safado

de Howard Sounes

Completíssima, com muitas fotos, depoimentos e toda a informação que o autor obteve através de contato com parentes e acesso à correspondência pessoal do escritor.
(Este livro está esgotado. Considere-se uma pessoa de sorte se você conseguir um exemplar).





Selecionei também dois trechos que acho simplesmente admiráveis.

    De Misto Quente:

    "Eu podia ver a estrada à minha frente. Eu era pobre e ficaria pobre. Mas eu não queria particularmente dinheiro. Eu sequer sabia o que desejava. Sim, eu sabia. Queria alguma lugar para me esconder. Um lugar onde ninguém tivesse que fazer nada. O pensamento de ser alguém na vida não apenas me apavorava como me deixava enojado. Pensar em ser um advogado, um professor ou um engenheiro, qualquer coisa desse tipo, parecia-me impossível. Casar, ter filhos, ficar preso a uma estrutura familiar. Ir e retornar de um local de trabalho todos os dias. Era impossível. Fazer coisas, coisa simples, participar de piqueniques em família, festas de Natal, 4 de Julho, Dia do Trabalhador, Dia das Mães...afinal, é pra isso que nasce um homem, para enfrentar essas coisas até o dia de sua morte? Preferia ser um lavador de pratos, voltar para a solidão de um cubículo e beber até dormir."

    E este é de Hollywood:

  "Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali."

    Magistral, não?

A companhia ideal para um escritor que se preze: ele apreciava demais os gatos.
    Hoje à noite, beberemos um bom vinho em homenagem ao mestre, com votos de que surjam outros escritores do quilate dele.

    Um brinde a Charles Bukowski!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Fundamentos Históricos da Literatura Anglo-americana – Primeiras impressões

    Começar a estudar (e praticar) Inglês de novo imediatamente!

   Esse foi o pensamento que esteve na minha cabeça o tempo todo durante a aula de Fundamentos, na sexta-feira passada. Isto porque, a partir da próxima semana, teremos intensas atividades todas nesse idioma.

    Durante a primeira metade do semestre, em cada aula, assistiremos a um episódio do seriado “Downton Abbey”. Isto na primeira parte da aula; na segunda parte, vamos discutir esse episódio. Detalhe: tanto o áudio quanto as legendas serão em inglês. Por isso, é tão importante começar a relembrar e praticar desde já! Essa série servirá para que possamos nos situar dentro do contexto histórico-cultural e entender as relações sociais da época que vamos analisar. 

A famosa série! Vou assistir em casa para me situar melhor...

    Na segunda metade do semestre, teremos aula com um professor galês (welsh, como disse a professora), onde será dada ênfase no País de Gales. Este professor é também especialista em mitos, lendas e cultura celta. Bacana, não?!

Mapa do País de Gales...

...e sua bandeira


    A proposta é bem interessante e acho que as aulas serão bem dinâmicas. Os professores também parecem ser bem acessíveis, legítimos professores de “Humanas”, mesmo...eheh!

    E agora, é ler muito e estudar. Já tenho material das 3 disciplinas para analisar e até um trabalhinho da disciplina de Leitura e Produção Textual para fazer. Não falei desta disciplina porque, por enquanto, só teremos aulas à distância (a professora está de licença).

    Let´s do it!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Leituras Orientadas II - Primeiras impressões

    Quarta-feira foi o meu primeiro dia oficial e presencial no curso de Letras. E também é o dia de Leituras Orientadas II. Era para eu ter escrito este post ontem, mas minha cabeça estava numa tempestade tão grande que achei melhor dormir, descansar e só depois escrever algo. Vou tentar passar aqui, de maneira geral, um pouco do que vi e senti nesta aula.

    Quando cheguei, a professora Claúdia Caimi passava no quadro um poema de Jorge Luís Borges, chamado “Labirinto”, que seria uma espécie de pano de fundo para nossa aula. Segue o mesmo:

Não haverá nunca uma porta. Estás dentro
E o alcácer abarca o universo
E não tem nem anverso nem reverso
Nem externo muro nem secreto centro.
Não esperes que o rigor de teu caminho
Que teimosamente se bifurca em outro,
Que obstinadamente se bifurca em outro,
Tenha fim. É de ferro teu destino
Como teu juiz. Não aguardes a investida
Do touro que é um homem e cuja estranha
Forma plural dá horror à maranha
De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
No negro crepúsculo a fera.

    Podem me chamar de exagerada, mas quando li o plano de ensino da disciplina, senti vontade de chorar... Não pelos mesmos motivos de quando eu lia o plano de Bioquímica ou Fisiologia. Foi de emoção, mesmo. Os livros que vamos analisar, os autores, tudo o que vou aprender... Só para dar uma pequena amostra: “Memórias do subsolo” de Dostoiévski, Poemas de Baudelaire, “A mulher no espelho” de Virginia Woolf, “A Metamorfose” de Kafka.

    Eu imaginava que seria passado um livro por semana e dadas instruções do tipo “leiam que semana que vem vamos comentar”... Mas, não! É muito além disso: começamos já analisando o contexto da época - a noção do homem como indivíduo - do ponto de vista histórico, sociológico, filosófico, artístico. A Cláudia inclusive exemplificou com quadros de Velázquez, Picasso e Renoir.

"As Meninas" do pintor Diego Velázquez...

...e  a versão de Pablo Picasso do mesmo quadro

    Até sobre percepção e tempo falamos. Será que o mundo que percebemos à nossa volta existe de fato? Porque nossos sentidos nos enganam o tempo todo... E o tempo, como é possível dispormos de tecnologia para otimizar tudo e ainda assim não termos tempo para nada? Muito bacana!

    Difícil descrever como me senti, mas o adjetivo mais adequado seria empolgada. Não quero me precipitar, afinal, foi o primeiro dia, mas penso que estou no caminho certo. Sabe aquela sensação de que a pessoa achou seu lugar no mundo? É isso!

    Próximo post: Fundamentos Históricos da Literatura Anglo-americana.