Visitar a Feira do Livro de Porto Alegre é algo que tem lugar garantido em nossa agenda. Tradição é tradição e 2011 não podia ser diferente. Mas, se além do fato de conferir os lançamentos e garimpar os saldos, houver oportunidades imperdíveis por lá? Então, por um desses felizes acasos, encontrei na sexta um amigo que comentou que, no sábado, ninguém menos que o escritor Luis Fernando Veríssimo estaria na feira autografando seu mais novo livro, “Em algum lugar do paraíso”. O Café TVCOM também estaria sendo transmitido de lá e poderíamos ver ao vivo o programa que curtimos muito assistir todo sábado. Bom, se já íamos à feira de qualquer jeito, estes foram motivos a mais (e bem especiais) para não perder a oportunidade.
Apesar de ainda não ter lido o livro do Veríssimo - as tarefas da faculdade, em especial de Leituras Orientadas II, estão exigindo especial atenção – conto hoje com a participação especial do Alexandre, que fez uma resenha bem bacana para o blog:
“Quem acompanha a obra do Luis Fernando Veríssimo desde longa data, lá dos hilários e ortodoxos diagnósticos do analista de Bagé, passando pela inocência da velhinha de Taubaté (e seu inseparável gato Carlos Átila) até as sempre atuais comédias da vida privada, vai encontrar nesta mais recente obra, de fato, um lugar no paraíso. Ou, pelo menos, vai identificar onde fica o seu próprio paraíso particular em meio às inquietudes da vida moderna. Veríssimo está melhor do que nunca, tendo evoluído continuamente na arte da narrativa ao longo de sua vida, e consegue condensar, com grande habilidade, um amplo conteúdo em textos curtos.
Seu humor continua o mesmo, balanceado na medida certa, dosado com inteligência e salpicado com aquela lucidez típica de quem vê a vida além das aparências. No entanto, ao ler estas mais recentes crônicas, nota-se uma atmosfera de nostalgia, de saudades, onde assuntos tais como o passado e a morte são abordados. Mas não chega a ser algo denso. É como se fosse uma sutil névoa, permeando os textos com uma nuance levemente cinzenta, conduzindo o leitor à reflexões mais profundas, entre uma cena engraçada e outra. Eu, pessoalmente, adorei este contraste, esta forma de mostrar o lado engraçado da vida mas sem ignorar as nossas angústias e dúvidas, a passagem do tempo e a iminência do fim.
É como ele próprio diz, em uma de suas crônicas: "O tempo não tem pontos fixos, o tempo é uma sombra que dá a volta na Terra"(1). Sou obrigado a concordar e até mesmo arriscar um pequeno complemento: crônicas como estas, ainda que indiretamente, acabam nos fornecendo algumas coordenadas que tanto desejamos, nos ajudam a encarar melhor o olhar da grande truta da vida (2), que nos desafia a fazer escolhas a todo momento, decisões que acabam por definir a nós mesmos, enquanto vamos girando nesta grande esfera azul.”
(1) Da crônica “Em algum lugar do paraíso”, que dá título ao livro.
(2) Livre interpretação da crônica “O olhar da truta”.
Foi um privilégio poder estar pertinho de um escritor do calibre do Veríssimo. Pode parecer bobagem, mas quando o vi se aproximando, daquele jeito tímido característico dele, foi me dando um nervoso... Realmente, não sabia o que dizer. Então, mesmo sendo absolutamente clichê, falei apenas que admirava muito seu trabalho. Mas, pelo meu sorrisão e tremedeira nas mãos, certamente ele percebeu que eu estava emocionada.
Que momento! |
O encontro com o Veríssimo foi o ponto alto do dia. Mas muito legal também foi acompanhar o café TVCOM e ver ao vivo os apresentadores que sempre trazem cultura, dicas de livros, filmes e música prá gente. Em especial um cara que admiro demais que é o professor Tatata Pimentel, referência de cultura, inteligência e elegância, sempre!
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