sábado, 26 de novembro de 2016

Retornando e... Graduada!

    Conforme eu previ no início de 2016, não tive tempo e nem muita vontade de escrever aqui. O último semestre foi bem corrido, muitas exigências, disciplinas difíceis e aquela obrigação total de não reprovar, especialmente depois da prova de toga.

    Então, aqui estou eu: formada, finalmente graduada em Letras. Tudo o que dizem sobre o final da faculdade é verdadeiro. O último semestre é cansativo, a formatura passa depressa e, depois da cerimônia e da festa vem o day after. A busca por um trabalho, prestar concursos, enfim, arrumar uma colocação e organizar a vida profissional.

    Quero escrever um pouco sobre a cerimônia de colação de grau. Confesso que eu tinha uma certa resistência, até posso dizer que fui convencida a me formar em palco, pois cogitava fazer em gabinete. Explico: minha trajetória na UFRGS não foi linear, comecei num curso e terminei em outro, já havia passado dos 30 (embora, não pareça, ok?) e sempre achei formatura uma coisa longa e meio entediante...

Bye, bye, UFRGS: amei essa foto!
    Mas, optei pela formatura em palco e, não somente isso, quis ainda ser oradora. Decidi que precisava fechar esse ciclo e comemorar essa conquista da melhor forma possível. Assim, precisava que fosse de uma forma marcante. E, realmente, foi. Tudo estava lindo, desde a entrada no Salão de Atos da minha querida UFRGS até o momento de jogar o “chapeuzinho” para o alto. Instantes antes da cerimônia iniciar, mentalizei: hoje, esse salão de atos é meu! E assim, todo o nervosismo e insegurança foram embora e eu pude fazer o meu melhor. Modéstia à parte, eu brilhei, de tão radiante que estava!

    Como eu escrevi, a vida segue. E um profissional formado quer trabalhar. Assim, após a formatura, dediquei alguns meses à preparação para um concurso no qual, infelizmente, não consegui me classificar. Então, dei um tempo de folga para os neurônios. Agora, estou buscando oportunidades, botando a cara (e o currículo) na rua, afinal, além de graduada tenho alguma experiência profissional. O momento econômico do nosso país não está muito propício, mas não dá para desistir. Persistência e paciência!

I need a job!
     Quanto ao blog, não sei muito bem o que fazer. Criei porque queria dividir minhas experiências como uma balzaquiana universitária, escrever sobre livros, filmes, dicas culturais, etc. Posso encerrar esse trabalho, já que a faculdade acabou ou adaptar a proposta e continuar escrevendo, nem que seja para mim. Ainda preciso pensar mais sobre isso.

    Sinto que esse texto tem um quê de melancólico, uma nostalgia daqueles dias agitados de aula e estágio. Sim, a vida acadêmica é intensa, especialmente na UFRGS, onde o aluno é quem tem que se virar e ninguém está pouco se importando se a pessoa tem uma vida fora da universidade, marido, filhos, trabalho... Ninguém facilita nada. E, sabe, eu acho que está certo. Posso dizer que saí da universidade não apenas graduada, mas também com uma visão mais ampla da sociedade, das pessoas, do mundo, enfim. Com mais atitude. No momento, estou um pouco desanimada, confesso, porque já queria estar inserida no mercado de trabalho novamente (como estava desde os 17 anos). Mas, a UFRGS me deu um choque de realidade, um “laço” tão grande que fez de mim uma pessoa mais capaz de correr atrás.

    Dias melhores virão! 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Letras UFRGS: desafio final

    E então chegamos ao último semestre do meu curso de Letras aqui na UFRGS. Será? Preciso ser sincera e dizer que estou sentindo aquele frio na barriga, um medinho como nunca havia acontecido antes. Sempre pensei que o último semestre seria mais tranqüilo, mais light. Ledo engano! A vida acadêmica me reservou uma surpresinha: encarar um docente que pode ser comparado àqueles "chefões" de última fase de videogame. Não vou mencionar nomes nem disciplinas aqui, claro. Mas, quem ler saberá quem é. Alguns amam, outros (muitos!) relatam que um semestre com esse profissional é penoso e bem complicado. Estou tentando me preparar psicologicamente porque, como em tese devo me graduar na metade do ano, estou sentindo uma pressão como nunca no curso. Ou seja, eu TENHO que ir bem na disciplina! Claro que cada semestre é sempre um desafio, com suas dificuldades próprias. Sei também que tenho algumas "condecorações de guerra", obtidas nas muitas batalhas que enfrentei nesse caminho que tenho trilhado. Mas, dessa vez, é diferente: como num jogo mesmo o último nível parece ser o que mais vai exigir. Enfim, só me resta encarar. Talvez, eu acabe me surpreendendo positivamente. Talvez seja uma experiência enriquecedora. O que posso dizer é que, como tem sido ao longo do curso, todo esforço tem valido a pena e cada momento de dedicação recompensado. Que desta vez não seja diferente!


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tradução Literária

Um desafio que faz todo o esforço valer a pena


    Traduzir não é uma tarefa fácil, sobretudo se tratando de traduzir uma história, um conto ou um poema. É necessário ler o original, assimilar a essência deste texto e, então, escrever um novo texto na língua-alvo. Há até uma famosa frase que diz que o tradutor é um traidor. O processo é complicado. Imaginem só traduzir grandes nomes da Literatura como Scott Fitzgerald e George Orwell?! Isso sem mencionar que o texto literário é algo extremamente subjetivo, ou seja, cada leitor faz uma interpretação individual do que foi escrito. Há que se levar em conta ainda o contexto histórico, social e cultural da época em que a obra foi produzida. O que eu quero dizer é que não basta apenas saber ler em língua inglesa — ou qualquer outro idioma — para traduzir um texto. Há diversos elementos envolvidos. E o fato de cursar a faculdade de Letras acabou ampliando os meus horizontes com relação ao complexo processo tradutório. É claro que há muitas coisas que poderiam ser melhoradas no curso. Mas, enfim, tentei aproveitar o melhor que pude as oportunidades e disciplinas que envolviam a teoria e a prática de traduzir.

    Em Tradução do Inglês IV, tive o primeiro contato com a tradução literária. Foi um experiência muito interessante, em que pude constatar a realidade desse trabalho. Principalmente, o fato de que traduzir bem vai muito além do bom conhecimento do idioma de partida. Pesquisar, por exemplo, é essencial. E, como bem afirmou a professora Valeria, sorte que hoje podemos contar com o auxílio da Internet, que é um meio que nos oferece diversos dicionários online, sites especializados, fórums e, claro, a utilíssima busca de imagens. Entre contos, trechos de livros e até um poema, devo destacar a oportunidade que tive de traduzir Ernest Hemingway e Edgar Allan Poe, autores que dispensam apresentação, mestres da Literatura, difíceis mas, ao mesmo tempo, autores de textos muito bons de trabalhar.

    O ápice da tradução no curso de Letras são os dois estágios que constam no programa. No último semestre (2015/2), concluí o primeiro desses estágios. Quando as aulas iniciaram, a professora disponibilizou uma lista dos textos — dos mais variados gêneros — com que trabalharíamos. Cada aluno deveria escolher o seu. Não tive dúvidas e me “joguei” em dois textos literários. O primeiro deles foi The Boogeyman, escrito por ninguém menos do que Stephen King. E o segundo foi o ótimo Eisenheim the Illusionist, do premiado Steven Millhauser. Cada um deles teve seus encantos e dificuldades, mas o último deles foi sensacional. Primeiro porque eu não conhecia Millhauser e acabei descobrindo um autor incrível. Me envolvi tanto com o texto que senti vontade de entrar em contato com o escritor para dizer o quanto havia gostado da obra, além de confessar minha humilde tentativa de trazer para a minha língua nativa um dos melhores trabalhos dele. Ainda não fiz isso, nem sei se farei. Mas, com certeza, quero tentar publicar essa tradução. Sei que ainda preciso melhorar alguns aspectos afinal, tradução também é prática, mas acredito que vale tentar essa publicação.
Fiquei tão feliz quando concluí a tradução que registrei em foto
    Há um tempo atrás, eu não me considerava capaz de traduzir Literatura. Hoje, sei que é uma das tarefas que faço com o maior prazer. Uma atividade que, quando sento em frente ao computador para trabalhar, me absorve completamente. Além de melhorar meu vocabulário da língua inglesa me enriquece muito culturalmente. Não é um dos melhores ramos para o tradutor profissional pois, segundo informações que obtive, os prazos são exíguos, paga razoavelmente e o trabalho exige muito. Mesmo assim, considero essa possibilidade refletindo sobre aquela conhecida frase atribuída à Confúcio que diz "Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida". Isso é algo muito verdadeiro. 

    Para concluir com bom humor, deixo essa tirinha que resume de forma tragicômica a vida do tradutor literário:


Até o próximo post! ;)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força (The Force Awakens)

De volta aos bons tempos de Star Wars


Uma pequena introdução

    Meu primeiro contato consciente com o cinema de Ficção Científica foi através de Star Wars. E que contato! Não lembro exatamente que idade eu tinha mas, com certeza, isso se deu lá nos anos 80, alguns anos depois de ter sido lançado o primeiro filme da série: Star Wars IV – Uma nova esperança (1977). Depois, assisti aos outros filmes, O Império contra-ataca (1980) — o melhor de todos — e O Retorno de Jedi (1983). Sempre ficava atenta para saber quando passariam na TV, e depois, quando surgiu o vídeo-cassete, alugando as fitas para assistir (sim, sou da geração que viu surgir e sumir os aparelhos de vídeo-cassete).

    Não há como explicar de que maneira aquela história entrou na minha cabeça de forma tão profunda. O que posso dizer é que foi a partir desse filme e pela sua influência que muitas das minhas preferências e afinidades se desenvolveram. O encantamento pela Ciência, pelo Universo e, claro, pelo cinema de Ficção Científica.

Parte de quem sou devo a esta saga

A trilogia Anakin, ou Maldita

    No final dos anos 90 e início dos 2000, George Lucas decidiu produzir mais três filmes da franquia. Seriam os episódios I, II e III. Ou seja, o início da saga, histórias onde encontraríamos explicações e poderíamos ver como surgiram alguns personagens e como se deram suas transformações. Porém, que decepção! O episódio I era muito ruim, infantil, haviam personagens desnecessários e computação gráfica abundante demais, o que dava um ar falso. Que diferença entre este filme e os antigos! Isso me desmotivou muito para assistir aos episódios II e III, o que acabei fazendo muito tempo depois do lançamento e apenas para tentar extrair algo útil das histórias.

Alguns personagens da Trilogia Maldita (episódios I, II e III)
    Óbvio que não apenas eu não gostei dos novos filmes. Toda uma legião de fãs “de carteirinha” detestaram. O índice de rejeição foi alto e as críticas, muitas. O que George Lucas disse sobre isso? "Os filmes são meus e eu os faço como eu quiser". Uma péssima resposta de alguém cujos filmes se tornaram febre mundial e o alçaram à condição de grande nome do cinema de sci-fi.

O temido (e aguardado) episódio VII

    Por causa disso, quando a Disney anunciou ter comprado os direitos para a produção de um sétimo filme, fiquei pessimista. Cheguei a afirmar que não assistiria de jeito nenhum! Depois da decepção dos últimos episódios, já comecei a imaginar o que viria se os estúdios Disney produzissem Star Wars: tudo se transformaria numa grande fantasia, com números musicais intermináveis e grudentos e personagens mais infantis que o insuportável Jar Jar Binks.

    Então, saiu o primeiro trailer. E nunca foi tão bom estar enganada... Um susto, um frio na barriga! Han Solo? Chewbacca? Confesso, uma lágrima rolou apenas por assistir àquele trailer. Veio a release de outros trailers e a expectativa só aumentou, pois algo grandioso vinha por aí. Em 2015 eu já estava totalmente envolvida pelo episódio VII. Agora, as coisas se invertiam, e eu contava os dias para a estreia. Até camisetas com estampa de personagens compramos para poder ir ao cinema à caráter!

Preciosos ingressos, passaporte para o Universo de uma saga atemporal
    Depois de muita “sessão esgotada”, finalmente no dia 10/01/2016 fomos conferir o novo filme da saga de Luke Skywalker. Queríamos assistir em IMAX, que é o que posso chamar de cinema em grande estilo, porque leva o espectador para dentro do filme. Sem dúvida que o slogan do IMAX — Watch A Movie or Be Part of One faz todo o sentido. É o verdadeiro 3D! Muita expectativa e, ao mesmo tempo, um certo medo da decepção. Mas...

    Foi absolutamente sensacional do início ao fim! Já fomos ao cinema ver filmes que prometiam muito mas que, lá pela metade, começavam a enfraquecer e cujo final acabava sendo frustrante. Mas, aqui, foi muito diferente. Tudo, tudo mesmo estava perfeito e empolgante. Desde a escolha dos novos atores até a participação dos veteranos dos primeiros episódios. Os cenários, as batalhas, o plot, os efeitos especiais. Não há nenhuma reclamação. Preciso dizer que me emocionei não apenas uma, mas várias vezes: pela história envolvente, por cenas felizes e tristes, por nostalgia... Quando Leia e Han se reencontram, então, me arrependi de não ter levado um lencinho...rs! Os novos protagonistas, Finn e Rey estão ótimos, bem representativos dos novos tempos. Posso dizer que uma das minhas influências de infância, de figura forte foi Leia, a princesa que não se limitava a ficar bela e sentadinha num trono. Não! Ela ia para a batalha, lutava, comandava, uma guerreira de verdade! E agora, Rey! Aliás, quem será Rey, além de uma jovem corajosa e em quem a força é poderosa? Será filha de Luke? A cena final entre ela e Luke — bem mais velho e recluso — foi instigante.

Rey, Finn e BB-8
    O episódio VII tem vários paralelos com a antiga trilogia. Certamente, esta fórmula é um dos elementos responsáveis pelo sucesso desse filme. Temos de volta, por exemplo, a cena da cantina, em que os mais diversos seres do Universo bebem e se divertem no bar. Vemos veículos e naves antigas e meio sucateadas como um AT-AT walker e um destroier imperial. A saudosa e sempre heroica Millenium Falcon. Há também uma evolução da Estrela da Morte, a terrível Starkiller Base. Claro que não poderiam faltar os queridos C-3PO e R2-D2, além de um novo dróide, o redondinho BB-8. E a cena em que Rey recebe uma espécie de chamado e encontra o sabre de luz lembra muito a emblemática cena da caverna em que Luke enfrenta Darth Vader e, quando o decapita, vê dentro do capacete negro a própria face.

    Por falar em Vader... Quem diria que o filho de Leia e Han seria o vilão dos novos episódios?! Tendo em si o poder do lado negro da Força e fortemente inspirado pelo notório avô, Kylo Ren (ou Ben) mostra a que veio com maestria. Descontrolado, cheio de fúria, não poupa ninguém em sua sede pelo poder. Aqui vai a única ressalva com relação ao filme: o ator escolhido está excelente no papel mas, fisicamente, não parece muito com os pais. Seria de propósito? Aguardemos!

Ben, ou Kylo Ren
    Depois de assistir O Despertar da Força, saí do cinema com a gratificante sensação que tenho quando assisto aos primeiros episódios. E também com a certeza de que os bons tempos da saga de fato voltaram. Parabéns, especialmente, ao diretor J. J. Abrams por cumprir com excelência a difícil tarefa de devolver aos fãs o que era nosso por direito: a emoção e a originalidade da época em que Star Wars revolucionou a história do cinema.

Vai ser difícil esperar pelo próximo filme!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Explorando o Universo: dos quarks aos quasares

Quando é possível unir o interessante com o fascinante




    Um dos assuntos de que mais gosto é a Astronomia. Não é à toa que o nome desse blog é CosmoLetras. Desde criança, eu curto observar o céu — especialmente à noite — e admirar as constelações, os planetas, as nebulosas e a Via Láctea. Como viajava muito para o interior, essa observação era facilitada e enchia meus olhos com a beleza das estrelas. Meus pais tinham vários livros sobre a Natureza, que eu folheava, curiosa e deliciada com as fotos maravilhosas e as informações interessantes que continham. Lembro também que, quando tinha cerca de 8 ou 10 anos, um acontecimento astronômico especial ocorreu por aqueles dias: um eclipse do Sol. Nessa época, eu mantinha uma espécie de “diário de coisas legais”: experiências que eu fazia, viagens, historinhas, desenhos e etc. Claro que foi ali que eu rabisquei todo um esquema do eclipse, de como os astros se posicionariam e o porquê de ficar noite em pleno dia.

    Eu cresci, a agenda de anotações se perdeu, mas o interesse pela Astronomia só aumentou. Talvez por isso meu gosto pela Ficção Científica, onde viajar pelo espaço e alcançar mundos distantes é algo não apenas fácil mas totalmente possível.

    Quando iniciei o curso de Letras, decidindo quais disciplinas eletivas cursar, me deparei na lista de opções com um nome atrativo, Explorando o Universo: dos quarks aos quasares. Não tive dúvidas, eu precisava ter essas aulas! Mas, antes, um problema: será que teria muita Física e Matemática? Infelizmente, tenho uma dificuldade crônica com cálculos mais avançados, o que certamente foi um fator que atrapalhou uma possível carreira na área de Exatas. Pergunta daqui, pesquisa dali, e acabei descobrindo que esta é uma disciplina bem teórica. Beleza! Em cada início de semestre, na hora de montar o meu horário, eu tentava encaixar Explorando. Porém, sempre colidia com disciplinas mais importantes. E o curso se desenrolando, os semestres passando e a chance de estudar o Universo se acabando... Será que eu perderia essa oportunidade? Então, eis que no segundo semestre do ano passado tudo conspirou a meu favor e a disciplina se encaixou perfeitamente nos meus horários. Felicidade, expectativa e vamos lá!



    Como eu previa, foi uma disciplina fantástica. Muita informação e muito conteúdo, como é de se esperar em algo que pretende resumir os estudos sobre o Universo em apenas um semestre. Claro que num espaço de tempo tão curto, vimos o aspecto geral de tudo, uma espécie de introdução para quem deseja ir mais a fundo, especialmente para os leigos. Como escrevi na postagem anterior, algumas coisas eu já sabia por assistir documentários, ler e pesquisar sobre Astronomia. Mas também vi muitas coisas novas e bacanas apresentadas por professores top dessa área aqui da UFRGS. Tenho certeza de que meus olhos brilhavam durante as aulas!

    Essa disciplina me oportunizou também conhecer um lugar muito famoso aqui de Porto Alegre, o Planetário José Baptista Pereira. Uma vida inteira passando na frente, sem arrumar um tempinho para ir. Como uma das aulas do programa é realizada lá, me proporcionou uma experiência fascinante. Recomendo a todos que visitem — adultos e crianças — é grátis e muito legal.



    A única coisa que lamento foi não ter feito a aula prática de observação do céu. Quero dizer, eu fiz, mas no simulador — aliás, um programa de computador sensacional que temos aqui em casa, o Stellarium. Assumo: mea culpa total! Fiquei enrolando para ir ao Observatório, aí chegou o horário de verão, o horário das observações ficou muito tarde e eu tive que me contentar com o céu virtual.

    Com relação à avaliação, esta é composta por duas provas de 10 questões objetivas além da aula prática de observação. O aluno dispõe de exercícios preparatórios (questões) que, sem dúvida, ajudam muito a conseguir boas notas. 

    Estudar o Universo faz com que a gente se sinta infinitamente pequeno e sem importância frente ao tamanho do Cosmos. Por outro lado, nos sentimos parte de algo tão grande  e magnífico, um Universo de idade e tamanho quase inconcebíveis, que faz com que compreendamos o quanto a vida humana é rara e efêmera. Sem mencionar todas as questões que surgem, entre elas: estamos sozinhos? Não, acredito que não! Fotos recentes e modernas nos apresentam uma riqueza de galáxias e outros mundos que reforçam a hipótese de vida além do planeta Terra existindo por aí. O problema é que as distâncias são tão grandes, e a tecnologia tão precária ainda (a nossa, pelo menos) que fica difícil ter certeza absoluta disso. Como exemplo, deixo esse vídeo do comecinho do filme Contato (1997), baseado na obra do grande cientista Carl Sagan e sua esposa Ann Druyan, que ilustra como é impossível dobrar as implacáveis leis da Física, o que torna viajar pelo espaço bem complicado.




    De qualquer forma, foi ótimo saber mais sobre o processo de formação do Universo. Conhecer como nascem as estrelas e os buracos negros. Descobrir o que são os quasares, supernovas, nebulosas e tudo o mais. Melhor ainda quando, voltando o meu olhar para o céu depois desse semestre, enxergar além da beleza característica, todas as informações e conhecimentos adquiridos ao longo das aulas. E, sendo eu ateia, ao observar toda a vastidão desse Universo do qual somos ínfima parte, perceber que aquela frase de Douglas Adams faz hoje um sentido muito mais especial para mim...

Isn't it enough to see that a garden is beautiful without having to believe
that there are fairies at the bottom of it too?*

*Não basta apreciar a beleza de um jardim, sem ter que imaginar que há fadas nele?


Para saber mais:

Departamento de Astronomia da UFRGS: http://www.ufrgs.br/astronomia

Para baixar o Stellarium (gratuito):