quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Leituras Orientadas II - Primeiras impressões

    Quarta-feira foi o meu primeiro dia oficial e presencial no curso de Letras. E também é o dia de Leituras Orientadas II. Era para eu ter escrito este post ontem, mas minha cabeça estava numa tempestade tão grande que achei melhor dormir, descansar e só depois escrever algo. Vou tentar passar aqui, de maneira geral, um pouco do que vi e senti nesta aula.

    Quando cheguei, a professora Claúdia Caimi passava no quadro um poema de Jorge Luís Borges, chamado “Labirinto”, que seria uma espécie de pano de fundo para nossa aula. Segue o mesmo:

Não haverá nunca uma porta. Estás dentro
E o alcácer abarca o universo
E não tem nem anverso nem reverso
Nem externo muro nem secreto centro.
Não esperes que o rigor de teu caminho
Que teimosamente se bifurca em outro,
Que obstinadamente se bifurca em outro,
Tenha fim. É de ferro teu destino
Como teu juiz. Não aguardes a investida
Do touro que é um homem e cuja estranha
Forma plural dá horror à maranha
De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
No negro crepúsculo a fera.

    Podem me chamar de exagerada, mas quando li o plano de ensino da disciplina, senti vontade de chorar... Não pelos mesmos motivos de quando eu lia o plano de Bioquímica ou Fisiologia. Foi de emoção, mesmo. Os livros que vamos analisar, os autores, tudo o que vou aprender... Só para dar uma pequena amostra: “Memórias do subsolo” de Dostoiévski, Poemas de Baudelaire, “A mulher no espelho” de Virginia Woolf, “A Metamorfose” de Kafka.

    Eu imaginava que seria passado um livro por semana e dadas instruções do tipo “leiam que semana que vem vamos comentar”... Mas, não! É muito além disso: começamos já analisando o contexto da época - a noção do homem como indivíduo - do ponto de vista histórico, sociológico, filosófico, artístico. A Cláudia inclusive exemplificou com quadros de Velázquez, Picasso e Renoir.

"As Meninas" do pintor Diego Velázquez...

...e  a versão de Pablo Picasso do mesmo quadro

    Até sobre percepção e tempo falamos. Será que o mundo que percebemos à nossa volta existe de fato? Porque nossos sentidos nos enganam o tempo todo... E o tempo, como é possível dispormos de tecnologia para otimizar tudo e ainda assim não termos tempo para nada? Muito bacana!

    Difícil descrever como me senti, mas o adjetivo mais adequado seria empolgada. Não quero me precipitar, afinal, foi o primeiro dia, mas penso que estou no caminho certo. Sabe aquela sensação de que a pessoa achou seu lugar no mundo? É isso!

    Próximo post: Fundamentos Históricos da Literatura Anglo-americana.

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