De volta aos bons tempos de Star Wars
Uma pequena introdução
Meu primeiro contato consciente com o cinema de Ficção Científica foi através de Star Wars. E que contato! Não lembro exatamente que idade eu
tinha mas, com certeza, isso se deu lá nos anos 80, alguns anos depois de ter
sido lançado o primeiro filme da série: Star Wars IV – Uma nova esperança (1977). Depois,
assisti aos outros filmes, O Império contra-ataca (1980) — o melhor de todos — e O Retorno de Jedi (1983). Sempre ficava atenta para saber quando passariam na TV, e
depois, quando surgiu o vídeo-cassete, alugando as fitas para assistir (sim, sou
da geração que viu surgir e sumir os aparelhos de vídeo-cassete).
Não há como explicar de que maneira aquela história entrou
na minha cabeça de forma tão profunda. O que posso dizer é que foi a partir
desse filme e pela sua influência que muitas das minhas preferências e afinidades se desenvolveram. O encantamento pela Ciência, pelo Universo e, claro, pelo
cinema de Ficção Científica.
Parte de quem sou devo a esta saga |
A trilogia Anakin, ou Maldita
No final dos anos 90 e início dos 2000, George Lucas decidiu produzir
mais três filmes da franquia. Seriam os episódios I, II e III. Ou seja, o
início da saga, histórias onde encontraríamos explicações e poderíamos ver como
surgiram alguns personagens e como se deram suas transformações. Porém, que
decepção! O episódio I era muito ruim, infantil, haviam personagens desnecessários e computação gráfica abundante demais, o que dava um ar falso.
Que diferença entre este filme e os antigos! Isso me desmotivou muito para
assistir aos episódios II e III, o que acabei fazendo muito tempo depois do
lançamento e apenas para tentar extrair algo útil das histórias.
Alguns personagens da Trilogia Maldita (episódios I, II e III) |
Óbvio que não apenas eu não gostei dos novos filmes. Toda
uma legião de fãs “de carteirinha” detestaram. O índice de rejeição foi alto e
as críticas, muitas. O que George Lucas disse sobre isso? "Os filmes são meus e
eu os faço como eu quiser". Uma péssima resposta de alguém cujos filmes se
tornaram febre mundial e o alçaram à condição de grande nome do cinema de
sci-fi.
O temido (e aguardado) episódio VII
Por causa disso, quando a Disney anunciou ter comprado os direitos para a produção de um sétimo filme, fiquei pessimista. Cheguei a afirmar que não
assistiria de jeito nenhum! Depois da decepção dos últimos episódios, já
comecei a imaginar o que viria se os estúdios Disney produzissem Star Wars:
tudo se transformaria numa grande fantasia, com números musicais intermináveis e
grudentos e personagens mais infantis que o insuportável Jar Jar Binks.
Então, saiu o primeiro trailer. E nunca foi tão bom estar enganada... Um susto, um frio na
barriga! Han Solo? Chewbacca? Confesso, uma lágrima rolou apenas por assistir
àquele trailer. Veio a release de outros trailers e a expectativa só aumentou,
pois algo grandioso vinha por aí. Em 2015 eu já estava totalmente envolvida pelo
episódio VII. Agora, as coisas se invertiam, e eu contava os dias para a
estreia. Até camisetas com estampa de personagens compramos para poder ir ao cinema à
caráter!
Preciosos ingressos, passaporte para o Universo de uma saga atemporal |
Depois de muita “sessão esgotada”, finalmente no dia 10/01/2016 fomos conferir o novo filme da saga de Luke Skywalker. Queríamos
assistir em IMAX, que é o que posso chamar de cinema em grande estilo, porque leva o espectador para dentro do filme. Sem dúvida que o slogan do IMAX — Watch A Movie or Be Part of One faz todo o sentido. É o verdadeiro 3D! Muita
expectativa e, ao mesmo tempo, um certo medo da decepção. Mas...
Foi absolutamente sensacional do início ao fim! Já fomos ao cinema ver
filmes que prometiam muito mas que, lá pela metade, começavam a enfraquecer e
cujo final acabava sendo frustrante. Mas, aqui, foi muito diferente. Tudo, tudo mesmo
estava perfeito e empolgante. Desde a escolha dos novos atores até a
participação dos veteranos dos primeiros episódios. Os cenários, as batalhas, o
plot, os efeitos especiais. Não há nenhuma reclamação. Preciso dizer que me emocionei não apenas uma, mas várias vezes: pela história envolvente, por cenas
felizes e tristes, por nostalgia... Quando Leia e Han se reencontram, então, me arrependi de não
ter levado um lencinho...rs! Os novos protagonistas, Finn e Rey estão ótimos, bem representativos dos novos tempos. Posso dizer que uma das minhas influências de
infância, de figura forte foi Leia, a princesa que não se limitava a ficar bela
e sentadinha num trono. Não! Ela ia para a batalha, lutava, comandava, uma guerreira de
verdade! E agora, Rey! Aliás, quem será Rey, além de uma jovem corajosa e em quem a força é poderosa? Será filha de Luke? A cena final entre ela e Luke —
bem mais velho e recluso — foi instigante.
Rey, Finn e BB-8 |
O episódio VII tem vários paralelos com a antiga trilogia. Certamente, esta fórmula é um dos elementos responsáveis pelo sucesso desse filme. Temos de volta, por exemplo, a cena da cantina, em que os mais diversos seres do Universo bebem e se divertem no bar. Vemos veículos e naves antigas e meio sucateadas como um AT-AT walker e um destroier imperial. A saudosa e sempre heroica Millenium Falcon. Há também uma evolução da Estrela da Morte, a terrível Starkiller Base. Claro que não poderiam faltar os queridos C-3PO e R2-D2, além de um novo dróide, o redondinho BB-8. E a cena em que Rey recebe uma espécie de chamado e encontra o sabre de luz lembra muito a emblemática cena da caverna em que Luke enfrenta Darth Vader e, quando o decapita, vê dentro do capacete negro a própria face.
Por falar em Vader... Quem diria que o filho de Leia e Han seria o vilão dos novos episódios?! Tendo em si o poder do lado negro da Força e fortemente inspirado pelo notório avô, Kylo Ren (ou Ben) mostra a que veio com maestria. Descontrolado, cheio de fúria, não poupa ninguém em sua sede pelo poder. Aqui vai a única ressalva com relação ao filme: o ator escolhido está excelente no papel mas, fisicamente, não parece muito com os pais. Seria de propósito? Aguardemos!
Ben, ou Kylo Ren |
Depois de assistir O Despertar da Força, saí do cinema com a gratificante sensação que tenho quando assisto aos primeiros episódios. E também com
a certeza de que os bons tempos da saga de fato voltaram. Parabéns, especialmente, ao diretor J. J. Abrams por cumprir com excelência a difícil tarefa de devolver aos fãs o que era nosso por direito: a emoção e a originalidade da época em que Star Wars revolucionou a história do cinema.
Vai ser difícil esperar pelo próximo filme!
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