domingo, 8 de janeiro de 2012

Livro, um companheiro para a vida toda

    Ler é muito bom. Costumo dizer que, quando estou trabalhando ou estudando e lembro que tenho um livro bacana na bolsa ou em casa, é como se eu lembrasse que há uma sobremesa deliciosa, só esperando para ser degustada. A comparação pode ser meio boba, mas é assim que sinto. Não vejo a hora de pegar o livro e devorar suas páginas...

    Posso dizer que sempre gostei dos livros. Mesmo quando ainda não sabia ler, adorava pegar  algum dos vários livros que tínhamos em casa e, sentadinha e absorta, ficar horas folheando as páginas, observando as figuras e aqueles pequenos símbolos desconhecidos, as letras. Quando iniciei o processo de alfabetização, comecei a adentrar os portões daquele mundo precioso e colorido, rico e cheio de possibilidades. Agora, eu não precisava mais ficar reduzida às figuras, nem esperar que alguém lesse para mim, podia decifrar sozinha o enigma das letras, entender as palavras, formar frases...

    Filha de professora, além das obras de casa, sempre tive acesso aos livros da biblioteca da escola onde minha mãe lecionava. Mas, o melhor de tudo era que, além dos brinquedos, comecei a ganhar de presente algo muito interessante: livrinhos! O primeiro de que lembro foi de um autor gaúcho que aprecio até hoje, Josué Guimarães, e chamava-se “Era uma vez um reino encantado”. Os personagens eram os clássicos dos contos de fadas e outras obras da literatura mundial, mas a estória era sobre os danos que o homem estava causando ao meio ambiente. Genial: ao mesmo tempo em que enaltecia a literatura e a fantasia já colocava as crianças em um contato com a consciência ecológica.

     Depois desse, muitos outros vieram. Não parei mais de ganhar livros, especialmente dos meus pais, que, vendo o quanto a filha se entregava à leitura com paixão, compravam até coleções. Lembro de dois que se passavam em Porto Alegre e nas missões jesuíticas de São Miguel – “Os fantasminhas do morro Ricaldone” e “A família Treme-treme nas Missões”, da escritora Maria Beatriz Papaleo. Marcou muito também “Ana de salto alto” de Sérgio Caparelli.


    Com especial carinho lembro da coleção Vagalume, com diversos títulos e as mais variadas estórias, desde ficção, fantasia, terror a acontecimentos da vida de uma família, criança ou adolescente. Alguns títulos que muita gente vai lembrar com saudades: “O menino de asas”, “Aventuras de Xisto”, “A vida secreta de Jonas”, “Um cadáver ouve rádio”, “Os barcos de papel”, “Sozinha no mundo”...


    Nessa fase, quando eu já era uma pré-adolescente, os livros foram ficando mais complexos – e muito mais interessantes. Não seria exagero dizer que inesquecíveis foram os livros da série “A Inspetora” de Santos de Oliveira. Nas estórias sempre havia um mistério a ser desvendado e os protagonistas eram uma turminha que tinha a minha idade na época. Eu mergulhava nessas estórias, investigava junto, praticamente me considerava a quinta integrante da “Patota da Coruja de Papelão” – nome dado à turma que investiga os mistérios. Muito, muito bom! Não preciso dizer que nunca mais deixei o hábito de ler, ou melhor, o prazer da leitura.


    Se alguém perguntasse como eu faria para que meu filho gostasse de ler eu não saberia dar uma resposta didaticamente correta. Se há alguma dica, alguma instrução, eu penso que uma delas seria sempre ter livros em casa ou na escola, à disposição, desde antes da criança saber ler. Hoje existem tantas opções, livros bonitos e atraentes, adequados a cada faixa etária, que é impossível não agradar os pequenos. Pais que lêem também servem de exemplo aos filhos. Levar seu filho a feiras e bibliotecas também é ótimo. Proporcionar contato desde cedo com os livros, é uma excelente receita para formar leitores e, consequentemente, pessoas com conhecimento do idioma e, quem sabe, futuros escritores também.

Um comentário:

  1. Sim, bons tempos estes em que a gente aprendia a amar os livros. Que saudades!

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