Conforme eu previ no início de 2016, não tive tempo e nem
muita vontade de escrever aqui. O último semestre foi bem corrido, muitas
exigências, disciplinas difíceis e aquela obrigação total de não reprovar,
especialmente depois da prova de toga.
Então, aqui estou eu: formada, finalmente graduada em
Letras. Tudo o que dizem sobre o final da faculdade é verdadeiro. O último
semestre é cansativo, a formatura passa depressa e, depois da cerimônia e da
festa vem o day after. A busca por um trabalho, prestar concursos, enfim,
arrumar uma colocação e organizar a vida profissional.
Quero escrever um pouco sobre a cerimônia de colação de
grau. Confesso que eu tinha uma certa resistência, até posso dizer que fui
convencida a me formar em palco, pois cogitava fazer em gabinete. Explico:
minha trajetória na UFRGS não foi linear, comecei num curso e terminei em
outro, já havia passado dos 30 (embora, não pareça, ok?) e sempre achei formatura uma coisa longa e meio entediante...
Bye, bye, UFRGS: amei essa foto! |
Mas, optei pela formatura em palco e, não somente isso, quis ainda ser oradora. Decidi que precisava fechar esse ciclo e comemorar essa conquista
da melhor forma possível. Assim, precisava que fosse de uma forma marcante. E,
realmente, foi. Tudo estava lindo, desde a entrada no Salão de Atos da minha
querida UFRGS até o momento de jogar o “chapeuzinho” para o alto. Instantes
antes da cerimônia iniciar, mentalizei: hoje, esse salão de atos é meu! E
assim, todo o nervosismo e insegurança foram embora e eu pude fazer o meu
melhor. Modéstia à parte, eu brilhei, de tão radiante que estava!
Como eu escrevi, a vida segue. E um profissional formado
quer trabalhar. Assim, após a formatura, dediquei alguns meses à preparação para um concurso no qual, infelizmente, não consegui me classificar. Então, dei um
tempo de folga para os neurônios. Agora, estou buscando oportunidades,
botando a cara (e o currículo) na rua, afinal, além de graduada tenho alguma
experiência profissional. O momento econômico do nosso país não está muito propício, mas não dá para
desistir. Persistência e paciência!
I need a job! |
Quanto ao blog, não sei muito bem o que fazer. Criei porque
queria dividir minhas experiências como uma balzaquiana universitária, escrever
sobre livros, filmes, dicas culturais, etc. Posso encerrar esse trabalho, já
que a faculdade acabou ou adaptar a proposta e continuar escrevendo, nem que
seja para mim. Ainda preciso pensar mais sobre isso.
Sinto que esse texto tem um quê de melancólico, uma
nostalgia daqueles dias agitados de aula e estágio. Sim, a vida acadêmica é
intensa, especialmente na UFRGS, onde o aluno é quem tem que se virar e ninguém
está pouco se importando se a pessoa tem uma vida fora da universidade, marido,
filhos, trabalho... Ninguém facilita nada. E, sabe, eu acho que está certo.
Posso dizer que saí da universidade não apenas graduada, mas também com uma
visão mais ampla da sociedade, das pessoas, do mundo, enfim. Com mais atitude.
No momento, estou um pouco desanimada, confesso, porque já queria estar
inserida no mercado de trabalho novamente (como estava desde os 17 anos). Mas,
a UFRGS me deu um choque de realidade, um “laço” tão grande que fez de mim uma
pessoa mais capaz de correr atrás.
Dias melhores virão!
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