No último dia 25/05, tivemos
a oportunidade de assistir à peça “Hamlet” de William Shakespeare. O
protagonista é Thiago Lacerda, mas o elenco conta com vários atores, incluindo
nomes consagrados como Antônio Petrin, Selma Egrei e Sylvio Zilber.
No mesmo dia em que
iniciou-se a venda de ingressos, corri até a bilheteria do teatro para garantir
bons lugares para o espetáculo. Chegando lá, me deparei com uma fila que
dobrava a esquina! Felizmente, eram pessoas interessadas em outra atração e eu
pude comprar dois lugares excelentes, daqueles em que o espectador consegue ver
até o olhar do ator no palco. Não preciso dizer que “me senti” pedindo entradas
para “Hamlet” enquanto o pessoal se matava comprava ingressos para o
“Guri de Uruguaiana” (não estou desmerecendo este trabalho, são duas coisas bem
diferentes). O fato é que, cerca de duas semanas antes da peça, os ingressos já
estavam praticamente esgotados. Portanto, vale a pena ficar ligado para não perder as coisas
boas que tem vindo a Porto Alegre.
Já assisti a outras peças e
shows no Theatro São Pedro e preciso dizer que o lugar é muito bacana. Penso que isso
contribui muito com tudo que é apresentado lá. Ou seja, o fato de ser no São
Pedro já vale metade do ingresso...rs! Eu procurei não ler nada sobre a peça e
o elenco antes de assistir: não queria ficar sujeita à influência de críticas,
fossem estas positivas ou negativas. Também não sabia se Thiago Lacerda seria
capaz de dar vida ao personagem de Shakespeare. No entanto, tivemos uma
agradável surpresa! Thiago convenceu muito na pele do atormentado príncipe
dinamarquês. E não foi por seus belos olhos verdes ou 1,93 m de altura. Ele
realmente tem talento, carisma e conquistou o público gaúcho – lembrando que o
ator viverá o antológico capitão Rodrigo de Érico Veríssimo no cinema.
Muito bacana quando, no intervalo para a segunda parte da peça, Thiago entra no
palco com um aparato de maquiagem – maleta com luzes, tintas – e se maquia em
frente à platéia.
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Maquiagem no palco: ideia simples que agradou (foto: Michele Hillesheim) |
Como eu já escrevi antes, o
elenco é bem grande. Todos os atores estão muito bem. Mas, quero dar destaque
às atuações de Antônio Petrin – fantasma do rei, pai de Hamlet – Selma Egrei –
rainha Gertrudes, mãe de Hamlet - e Rafael Losso – Horácio – que atuou mesmo estando
com o pé quebrado. Anna Guilhermina – que vive Ofélia – também merece referência:
sua personagem sofre pela rejeição de Hamlet e o assassinato do pai. Acaba,
enfim, enlouquecendo. Numa demonstração emblemática desta loucura, a atriz sobe
ao palco nua, para depois suicidar-se (ops, spoiler detected!). Eu admiro muito
quem atua nesse meio. Às vezes, é complicado memorizar uma simples apresentação
para a faculdade, imaginem um texto de Shakespeare! Claro que os atores possuem
técnicas para tanto. Mesmo assim, acho um trabalho admirável.
O único ponto negativo – que,
felizmente, não chegou a ofuscar a peça – foram os celulares tocando no meio da
apresentação. Eu já havia comentado sobre isso em minha página no Facebook:
certas pessoas ainda precisam se civilizar, ter educação, porque isso é
muito desagradável, ainda mais no teatro. É evidente que atrapalha a
concentração dos atores que, afinal, estão ali dando o melhor de si. Quem dera
fosse proibido portar celulares e tablets em teatros e cinemas!
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Agradecimentos ao público (foto: Michele Hillesheim) |
Mas, ok, com relação a
“Hamlet” posso dizer que saímos do teatro com uma ótima impressão. Cultura
sempre é uma forma de ampliar os horizontes e adquirir bagagem intelectual. Em
tempos de cinema 3D custando cerca de 25 reais acho que vale muito investir R$60
(valor do ingresso desta peça) para prestigiar o trabalho dos atores no teatro.
Espero que, em breve, possamos
assistir a outros trabalhos tão bons quanto este!