sábado, 31 de outubro de 2015

Retornando com... Drummond !

De volta ao blog!

    Sete meses sem escrever aqui. Sete meses sem nenhum registro sobre o semestre anterior nem sobre o atual. Pois é, deixei a desejar no objetivo principal do blog, que é descrever minhas impressões sobre essa vida acadêmica doida que levo...rs! Mas, preciso dizer: nem sei o porquê de não ter escrito por tanto tempo. Afinal, cursei disciplinas maravilhosas no semestre passado, dignas de ser detalhadamente descritas aqui. Mas, tudo bem, nada que não possa ser recuperado com um pouquinho de vontade e empenho — o que será feito nas próximas postagens. ;)

    Para hoje, gostaria de fazer uma pequena e especial homenagem. O dia 31/10 assinala a data de nascimento de um grande poeta brasileiro — o meu preferido — Carlos Drummond de Andrade. Dentre suas obras, destaco a que está transcrita abaixo, que considero um dos poemas de maior força da Língua Portuguesa.

Os ombros que suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

    Há algo que transcende as palavras neste poema, não sei explicar. Mas, entendo que quando o poeta consegue esse efeito no leitor, atingiu totalmente seu objetivo.

Drummond, obrigada!
    Claro que eu não podia encerrar esta postagem de retorno e de homenagem a Drummond sem colocar essa foto, que fiz com a famosa estátua do poeta que fica em Copacabana, no Rio de Janeiro. Sério, a foto é bem disputada! Havia uma fila aguardando o momento de fotografar. Bacana, né?!

    Então, por hoje, era isso. Nos próximos posts escreverei sobre as coisas interessantes que vivi em 2015/01 e o que de bacana está acontecendo neste 2015/02.

Até breve (prometo)!